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ENERGIAS RENOVÁVEIS

Sustentabilidade Energética

A procura por alternativas sustentáveis nas matrizes energéticas e a importância da geração de energia limpa para a diminuição de agentes poluidores no meio ambiente

Ilustração. Créditos: Clipartwiki (autor desconhecido).

A geração de energia é um dos recursos naturais mais importantes para a sociedade moderna. Até o ano de 2014, ela foi responsável por 60% da emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEE) - gases que absorvem raios de sol e os lançam no ar em forma de radiação - ao redor do planeta. Desta forma, as energias renováveis surgem nos debates nacionais e internacionais como um novo recurso para a produção de energia que diminui, de forma significativa, a degradação do meio ambiente.

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Energias limpas ou renováveis são aquelas provenientes de fontes que se renovam por si só, reabastecidas de imediato pela própria natureza. A hidroelétrica, obtida através da força das águas dos rios, a solar, proveniente da radiação solar, e a eólica, que utiliza o potencial dos ventos, são apenas alguns exemplos da capacidade da natureza de fornecer energia. Já as fontes não renováveis são aquelas derivadas de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, ou nucleares.

 

A busca por alternativas sustentáveis de fontes de energias se tornou indispensável no contexto social contemporâneo. A urbanização, aliada ao progresso industrial e ao exagerado uso de energia, gera um impacto ambiental que reflete no meio ambiente, na economia e na qualidade de vida da população, e torna a alteração da matriz energética o grande desafio mundial deste e do próximo século.

 

Matriz energética representa toda energia disponível para ser transformada, distribuída e consumida. É o conjunto de fontes de energia disponíveis para gerar eletricidade. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), até o ano de 2016 as fontes não renováveis de energia prevaleciam na matriz energética mundial; já as fontes renováveis, juntas, correspondiam a apenas 14% do total.

 

No mesmo ano, os países em desenvolvimento tomaram a liderança na adoção de fontes limpas, com 18% a mais na capacidade de geração de energia renovável que os países mais ricos, como os Estados Unidos. O grande destaque entre os países emergentes é a China. Hoje, o país é líder global em investimentos em energias renováveis.

 

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De acordo com o relatório do Institute for Energy Economics and Financial Analysis (IEEFA), a China investiu US$ 32 bilhões em fontes limpas no ano de 2016, 60% a mais que em 2015, e segundo a Bloomberg New Energy Finance (BNEF), um serviço de pesquisa, análise e dados em energias renováveis, em 2017 o maior país do continente asiático aplicou US$ 133 bilhões em energias renováveis e destinou mais da metade desse valor à energia solar.

Painel fotovoltaico. Créditos: Coodensol.

Entretanto, a China não é o único país em destaque nessa área. O Brasil também é referência quando se trata de energias renováveis. "Por ter uma grande área territorial e pode fazer represas, a gente (o Brasil) sempre teve mais energia renovável do que não renovável. Países com uma área menor ainda investem muito tanto nas usinas termelétricas, queimando carvão, queimando algum outro tipo de combustível, ou nas nucleares, por causa do território", pontua o tecnólogo em sistemas eletrônicos e coordenador do curso de Energias Renováveis da Unifor, Bruno Almeida.

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Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a geração dos tipos eólica, solar e biomassa representam quase 20% da matriz de energia elétrica nacional, enquanto a energia hidrelétrica constitui 60% do valor total. 

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Infográfico. Créditos: Ciclovivo.

O Brasil conta com diversas iniciativas positivas na área de energias renováveis, como o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), criado em abril de 2002 pela Lei nº 10.438. O programa tem como objetivo contribuir para a diversificação da matriz energética brasileira, com o aumento da participação de fontes alternativas renováveis na produção de energia elétrica, além de possibilitar a redução de emissões de gases de efeito estufa.

 

Em 2012, entrou em vigor a Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012, que permite ao consumidor brasileiro gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis, como a eólica ou a solar. Apesar dessa resolução ter passado por uma revisão no ano de 2015 - e esteja prestes a passar por outra ainda neste ano -, ela possui diversos benefícios, que vão do viés econômico ao socioambiental, como a autossustentabilidade e a diversificação da matriz energética nacional.

 

O Proinfa e a Resolução Normativa da Aneel são apenas algumas das várias iniciativas pró energias renováveis presentes no Brasil. Além disso, as energias limpas possibilitam a sustentabilidade da geração de energia a longo prazo, reduzem as emissões atmosféricas de GEEs, e criam novas oportunidades de emprego no país.

Ceará: polo de energias renováveis

Um dos estados brasileiros que mais se destaca na utilização de energias renováveis é o Ceará. Na década de 1990, o estado descobriu o potencial energético das movimentações das massas de ar (ventos) e passou a investir na utilização de energia eólica, o que lhe rendeu o título de pioneiro nessa área.

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A primeira Usina de Energia Eólica (UEE) do Brasil foi instalada em 2002 no Mucuripe, município de Fortaleza, e até 2014 o Estado era líder em geração proveniente deste tipo de energia, com mais de mil megawatts de potência instalada. Hoje, O Ceará é responsável por 14,6% do potencial eólico do Brasil e ocupa o terceiro lugar em produção de energia eólica entre os estados brasileiros, atrás apenas da Bahia e do Rio Grande do Norte.

Usina eólica de Aquiraz/CE.

Créditos: Maria Eduarda Maia

Além da energia eólica, o Ceará também é considerado precursor na utilização de energia solar no Brasil, devido a alta incidência de radiação solar no estado. A primeira usina solar comercial do país foi instalada em 2011 em Tauá, cidade do sertão cearense a 320 quilômetros de distância de Fortaleza, capital do estado. Em 2018, a capacidade de energia solar produzida no Ceará cresceu mais de 200%, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN).

 

"Teve um estudo recente que diz se na Grande Fortaleza todas as casas tivessem painel solar, a gente conseguiria gerar energia elétrica pro Brasil todo. Isso é muito importante porque gera emprego, polui menos o ambiente, e é uma fonte inesgotável de energia", conclui o tecnólogo Bruno Almeida.

Em outubro de 2019, a geração de energia cearense produziu 56 megawatts, o que é próximo de 2,5% de toda a energia gerada no estado. Hoje, o estado do Ceará, responsável por 10% da matriz solar fotovoltaica brasileira, conta com duas usinas fotovoltaicas em funcionamento e 81 parques eólicos, localizados no litoral e na serra cearense.

 

Confira abaixo uma entrevista com o tecnólogo em energias renováveis e consultor em eficiência energética, William Cordeiro, sobre a utilização de energias limpas no Estado do Ceará:

As energias renováveis já são uma realidade ao redor do mundo, em parte devido ao avanço da tecnologia e a criação de legislações favoráveis ao seu uso. Em um artigo sobre o uso de energias limpas nos Estados Unidos e no mundo, escrito em janeiro de 2017 para a revista americana Science ("O momento irreversível da energia limpa"), o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconhece que as empresas estão chegando a um consenso de que reduzir as emissões não é bom apenas para o meio ambiente, e que a caminhada rumo ao uso de fontes mais limpas de energia é irreversível. A postura sustentável se tornou, de fato, uma tendência mundial.

Maria Eduarda Maia, Matheus Araújo, Thaís Campos e Ravel Araújo - Grupo 1

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