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Mercado de trabalho para

comunidade LGBTQ+

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Maior parte da população LGBTQ+ sofre discriminação e dificuldades na hora de conseguir emprego.

A comunidade LGBTQ+, composta por lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transsexuais, transgêneros e queers, ocupa um lugar considerável na sociedade brasileira, representando 9% de um total de 209 milhões habitantes. Não muito diferente de muitos países do mundo, no Brasil, essa comunidade ainda sofre bastante preconceito, exclusão com a violação de seus direitos, dificuldade de acesso à educação e ao mercado de trabalho.

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A crise vivenciada no país nos últimos anos traz números cada vez mais preocupantes. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, a taxa de desemprego no Brasil bateu o recorde de 11,8%. E, apesar do país vivenciar pequenas mudanças, a situação do mercado é cada vez pior para as minorias. 

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Segundo pesquisas realizadas pelo Plantão Plomo no Brasil em 2018, uma em cada cinco empresas se recusa a contratar homossexuais com medo de que a imagem da companhia fique associada àquele funcionário, fazendo com que essas empresas percam seus clientes. Enquanto isso, a mesma pesquisa mostra que 68% das pessoas já presenciaram algum tipo de homofobia no ambiente de trabalho. 

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Uma outra pesquisa feita pelo grupo Santo Caos mostrou que 41% dos entrevistados afirmam terem sofrido discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho. Além disso, o estudo        revela que 33% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBTQs para cargos de                                        chefia. Ademais, 61% dos funcionários LGBTQs no Brasil optam por esconder a sexualidade de                                                                 colegas e gestores.

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                               O estudante de jornalismo Thomás Regueira, 21, sentiu na pele as dificuldades enfrentadas pela                                 população LGBTQ+ no âmbito profissional. “Trabalhei durante uma semana em uma agência de                                   publicidade do meu tio. O ambiente lá era péssimo, todos eram fechados e pareciam não aceitar                                   quem eu era”, afirmou.

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                               Porém, Thomás passou por outra experiência no mercado de trabalho. ‘‘Há alguns anos, trabalhei                                 na assessoria de comunicação da defensoria pública. Não me envolvi muito com os colegas, não                                 tinha a menor intimidade pra falar sobre minha vida. Porém, aqueles com quem eu trabalhava me                                 respeitavam’’.

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Créditos: Thomás Regueira

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Se enfrentar o mercado de trabalho já é difícil para os heterossexuais, para a comunidade LGBTQ+ o desafio é ainda maior. Segundo dados levantados pelo site The Huffpost Brasil, 61% dos funcionários LGBTQ+ no Brasil optam por esconderem sua sexualidade por medo de perderem o emprego. Outro dado relevante mostra que 33% das empresas brasileiras assumem que não contratariam pessoas LGBTQs para cargos de chefia.

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Ainda segundo pesquisas, cerca de 20% das empresas brasileiras não contratam gays, lésbicas e travestis em razão da sua identidade de gênero e da sua orientação sexual. Outros 7% não contratariam homossexuais em nenhuma hipótese e 11% só contratariam se o candidato não ocupasse cargos de níveis superiores. Os dados foram levantados pela empresa de recrutamento e seleção Elancers. 

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Aos 17 anos, a transsexual Lorena Diógenes abandonou os estudos por causa de hostilidades                                  no ambiente familiar, devido ao seu processo de mudança de gênero. “Mesmo com a mudança                                de documentos, tenho dificuldades de chegar e entrar no mercado”, declarou. Os desafios                                  vividos por Lorena são expressados para a maior parte da população LGBTQ + no país.

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Quando se trata da população transsexsual, os dados são provocativos. Segundo estudo                                realizado pela Ordem de Advogados do País (OAB), 82% dos transsexuais não concluem                                        seus estudos. A discriminação, aliada à evasão escolar, agrava o cenário. 

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Em 2014, a ONG Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual registrou 93 denúncias de                            homofobia, das quais 23 estão diretamente relacionadas com o mercado de trabalho, sete são                        relacionadas com discriminação na entrevista de emprego e outras 16, situações de                                      perseguição dentro do ambiente de trabalho e negócio.

                                                                                                                                               Créditos: Thomás Regueira

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Já em um estudo realizado pela consultoria Santos Caos, feito com 230 LGBTQs de áreas distintas do trabalho, mostrou que 40% deles sofreu em algum momento da vida com a intolerância no âmbito profissional e acadêmico.

Uma opção que vem se colocando disponível para o encontro de trabalhos é a internet. Do mesmo modo, também é possível encontrar vagas oferecidas para a inclusão de LGBTQs, como a agência Transempregos, voltada para travestis e homens e mulheres trans. Vários transexuais conseguem empregos temporários através do site em diversas partes do Brasil e em qualquer mês no ano.

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Hoje, na jurisdição brasileira, não se encontra nada que garanta a efetividade da igualdade de gênero dentro do mercado de trabalho. Tal fato acontece devido à falta de conscientização por partes de grandes centros comerciais, ou por falta de punição para aqueles que agem com discriminação.

 

Com um falho sistema jurídico, faz-se necessário o uso de campanhas de conscientização dos direitos da população LGBTQ+. Campanhas desse formato existem por todo o mundo, de diferentes formas e línguas, buscando um único objetivo: acabar com a desigualdade de gênero.

 

Porém, no Brasil, existem mecanismos que podem ajudar na resolução de alguns problemas. Alguns direitos, como o do casamento civil, o de adoção de crianças por casais homossexuais, são garantidos pela Supremo Tribunal Federal desde 2011.

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Créditos: Observatório UOL

 

 

Também vale ressaltar que mesmo que o ato homofóbico não leve ninguém à cadeia de forma direta, a ação pode ser discutida em tribunais, caso prove-se o ocorrido.

 

Em síntese, o âmbito público pode ser uma porta de entrada para a empregabilidade LGBTQ+ e deve ser considerado. Aliás, com a tendência para privatização de empresas e meios de negócios, a obrigatoriedade de inclusão desse gênero pode ser discutida em um futuro próximo.

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