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O destino mais saudável para se locomover

Conheça os meios de transporte sustentáveis, como eles funcionam e qual a melhor opção para você.

O transporte alternativo é entendido como uma maneira de locomoção. Usado diferente da forma convencional, também contribui com a mobilidade urbana de uma cidade e pode ser usado sobre trilhos, sobre rodas ou mesmo a pé. Mas nem todo transporte alternativo é sustentável. De acordo com a companhia empresarial americana McKinsey: “A mobilidade perfeita pode ser mais limpa, mais conveniente e mais eficiente que o status quo, acomodando até 30% mais tráfego e reduzindo o tempo de viagem em 10%.” Ao conversar com a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza, Camila Bandeira, ela explica que: “o entendimento por alternatividade são as topics e vans, porém elas não são opções sustentáveis. Entretanto, O uso de bicicletas, carros compartilhados e Veículos Leves Sobre Trilhos (VLTs) estão constantemente presentes na vida dos cidadãos cearenses e se destacam nos investimentos de sustentabilidade na locomoção.”

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Segundo a pesquisa realizada pelo Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), em 2016, existe um aumento de 4% no consumo de gasolina em veículos leves, enquanto o etanol caiu 10% na comparação com o ano anterior no Brasil. Ainda segundo o SEEG, o total de emissões de gás carbônico pelos sistemas de transporte de cargas e de passageiros aumentou quase 40% nos últimos dez anos.

 

O coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Olimpio de Melo Alvares Jr, em entrevista para o portal de notícias G1, realizada em março de 2018, explica: “a falta de planejamento urbano, a precariedade e a desatualização da frota são um obstáculo para a redução do nível de carbono no país.” e como uma solução, ele propõe colocar em prática o Plano Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) - que define os sistemas coletivos e não-motorizados, por exemplo metrô e trens metropolitanos, como prioritários para as cidades médias e grandes do Brasil.

A primeira opção sustentável disponível em Fortaleza é o Veículo Leve Sob Trilhos que foi implementado, efetivamente, em 2012. A Linha Sul do Metrô de Fortaleza, segundo dados da Secretaria da Infraestrutura, é a maior via de transporte de passageiros sobre trilhos em operação no Ceará, tanto em extensão - 24,1 km -, como em número de estações - 19 - e de passageiros - 28 mil/dia. Por dia, são feitas 126 viagens, interligando Fortaleza e a região metropolitana.

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Para a estudante de Letras da Universidade Federal do Ceará, Isabella Leite, 17, a opção pelo uso do VLT se dá em função da rapidez e da segurança: “tem estações próximas dos locais onde moro e estudo. As desvantagens são que nos horários de

pico, pelo intervalo de tempo entre um metrô e outro, os vagões ficam muito cheios ao ponto de nem todo mundo nas estações conseguirem entrar e a viagem fica bastante desconfortável pela lotação. Além disso, o fato de que existem poucas linhas, não permitindo acesso a muitas áreas da cidade, apesar de facilitar bastante a locomoção de quem mora mais afastado do centro.” Quando perguntada se ela escolheria outro meio de locomoção, ela disse que não: "pois o custo benefício de utilizar o metrô é melhor."

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Créditos: Arquivo Pessoal

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No entanto, a possibilidade mais barata ainda é andar a pé, segundo a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope realizada com 2 mil pessoas de 142 municípios, entre 5 e 8 de setembro de 2015, 22% dos entrevistados afirmaram que vão a pé até o seu destino, sendo este o segundo meio de locomoção mais utilizado.

 

De acordo com a estudante de Universidade de Fortaleza, Bianca Braga, 18, “as vantagens é que eu não dependo de outras pessoas e não gasto dinheiro - Fonte: Arquivo Pessoal

e eu posso ir no horário que eu bem entender. A maior desvantagem é a insegurança, medo de ser assaltada, medo de ser estuprada e é muito complicado porque muitas calçadas são mal cuidadas e acabo precisando andar pela rua.”

Créditos: Arquivo Pessoal

Outra opção é o Bicicletar, projeto desenvolvido pela prefeitura de Fortaleza em parceria com a Unimed, iniciado em 2014, com o intuito de disponibilizar bicicletas ao redor da cidade. Com 150 bicicletas distribuídas em 15 estações nos bairros Aldeota, Meireles, Varjota e Praia de Iracema. De acordo com o site do Bicicletar, já foram realizadas mais de 2 milhões de viagens utilizando o serviço, e, também, foram reduzidos mais de mil toneladas de gás carbônico. A Pesquisa Origem-Destino realizada pela prefeitura, desde fevereiro deste ano, apurou a quantidade de pessoas que usam a bicicleta constantemente como um meio de locomoção, os dados já coletados informam que 84% dos ciclistas da cidade utilizam a bicicleta para se deslocar ao trabalho ou ao estudo, sendo este o segundo maior meio de transporte.

 

Segundo o estudante de Ciências da Computação da Universidade de Fortaleza, Jorge Lins, 19, a preferência pela bicicleta ocorre pela agilidade apesar de ter alguns infortúnios: “Foi tranquilo a maioria das vezes, menos quando eu peguei uma bicicleta quebrada. A maior desvantagem é que, por mais que tenha muita ciclovia, ainda é pouco, se comparadas ao tamanho da cidade, e os motoristas também não respeitam. Ainda assim, se for para escolher entre outro meio de transporte, eu sempre escolheria a bicicleta. Pois eu consigo chegar mais rápido nos lugares e eu me divirto”

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Créditos: Arquivo Pessoal

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Créditos: Prefeitura de Fortaleza

Na cidade, a mais recente possibilidade de meio sustentável é o carro elétrico. De acordo com o relatório da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), esse transporte deve passar de 2 milhões para 56 milhões até 2040. O grande benefício é que eles não emitem poluentes e nem som - como também tem um custo menor de manutenção. Em 2016, o sistema de Veículos Alternativos para Mobilidade (VAMO), implantado pela prefeitura, começou com vinte carros elétricos distribuídos em 12 estações. Segundo relatórios divulgados pela Serttel, ao longo dos dois anos de operação, o serviço realizou 3.753 viagens, e entre os que mais utilizam o sistema estão usuários com idade entre 21 e 40 anos. O estudo realizado pelo Local Governments for Sustainability (ICLEI), em parceria com o ONU Habitat e a Prefeitura de Fortaleza, mostra que 61% da poluição no ar em nossa cidade são provenientes da emissão de veículos que utilizam combustíveis fósseis, principalmente gasolina e diesel. Nesses dois anos de funcionamento, estima-se que deixaram de ser emitidas na atmosfera mais de quinhentas toneladas de gás carbônico.

SAIBA MAIS!

Como uma maneira de facilitar a implementação desses transportes na cidade, o projeto Mobilidade como um Serviço, do termo inglês Mobility as a Service ou MaaS, oferece maneiras de gerenciar a viagem, a flexibilidade do pagamento e planejamento do trajeto. O intuito principal é que o usuário componha o caminho mais conveniente para si.

Matéria realizada por: Camila Marinho, Ronald Gomes, Sofia Dell Orto, Ruan Figueiredo e Rodrigo Osterne. 

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