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A reciclagem é basicamente o processo de transformação de resíduos descartados em novos produtos ou em matéria-prima. Essa técnica tem a ver com o reprocessamento de um item, na qual o objeto é usado para outra função, e da redução, que consiste em diminuir o consumo de determinados produtos.

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Foto: Mariana Lopes

Porém, a maioria da população não conhece a diferença entre o conceito de resíduo e lixo. A coordenadora da Pós-Graduação da Escola de Tecnologia e professora do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Adriana de Oliveira Sousa Leite explica que o resíduo é todo aquele material que a gente gera após consumir determinada coisa, e que existe a possibilidade de reciclagem. “Geralmente esses resíduos estão atrelados a plástico, papel, papelão, metal, vidro, resíduos eletrônicos, da construção civil [...] Já o lixo é tudo aquilo que não tem nenhuma utilidade após esse uso. A gente não consegue ter uma utilização apropriada, tampouco reciclar esse material após ser utilizado”, afirma a professora.

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Adriana de Oliveira / Foto: Ares Soares

Legislação

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A Lei nº 12.305/10, regulamentada no dia 23 de dezembro de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), contém instrumentos para permitir o avanço necessário ao Brasil no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. A lei proporciona um conjunto de instrumentos para possibilitar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos.

Créditos: Google

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Albert Gradvohl / Fonte: Ares Soares, Unifor

O coordenador especial de limpeza urbana da Prefeitura Municipal de Fortaleza e professor de Gestão Ambiental da Universidade de Fortaleza, Albert Gradvohl, afirma que nós precisamos de políticas públicas para chegar em um nível conveniente no Brasil. “Temos uma política pública que deveria estar funcionando que é a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Deveria estar sendo exigida, tem o papel mas não tem a atitude e quando a atitude não anda, a palavra é mentirosa e o papel mais ainda, então nós precisamos de um Brasil sustentável. Lamentavelmente um dos mais insustentáveis do mundo é o nosso país.”

Mesmo com a legislação, o Brasil produziu, uma média de 79 mi de ton de lixo em 2018, se tornando campeão na geração de lixo em relação aos outros países da América Latina. Conforme estimativas da análise do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2018/2019, lançado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, a tendência de crescimento na produção de resíduos deve permanecer nos próximos anos - por volta de 2030, o país alcançará uma produção anual de 100 mi de ton.

Segundo a professora Adriana de Oliveira, é necessário destinar todo material que não tem mais possibilidade de utilização para os aterros sanitário controlados onde teremos a certeza que lá esse resíduo vai ser tratado corretamente sem afetar o lençóis freáticos, o solo e a saúde das pessoas. “Quanto a esse resíduo, ele tem uma possibilidade de utilização, como os materiais recicláveis, a gente tem diversos outros destinos, como por exemplo,a gente pode encaminhar esse resíduo para cooperativas de catadores que fazem a separação correta desse resíduo, os resíduos como papel e papelão tem usinas de reciclagem que fazer a transformação desse papel e papelão novamente em um outro produto”, complementa.

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Cada pessoa é responsável por gerar um quilograma de lixo todo dia. Muitos tentam dar o destino adequado à ele, mas, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), 10% dos resíduos produzidos no Brasil não chegam nem na lata de lixo.

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Segundo o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), a produção de lixo aumentou 57,2% em apenas dez anos e entre 2007 e 2017, se somados, a quantidade de geração de lixo apenas em Fortaleza tem um total que passa de 727 mil ton por ano para 1.143.219 ton.

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Créditos: Google

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Reciclagem no Ceará

O Governo do Ceará possui algumas ações sustentáveis para gerenciar o excesso de resíduos descartados de forma incorreta, como o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), que fomenta a regularização das atividades de coleta, por meio do correto gerenciamento de resíduos sólidos e boas práticas ambientais. Segundo a Prefeitura de Fortaleza, a partir desse novo serviço, coloca-se em prática mais um instrumento para estimular a cidade a se tornar mais limpa através das boas práticas descritas no plano, trazendo ainda mais benefícios à população fortalezense.

A professora, Adriana de Oliveira, conta que os grandes vilões para a sustentabilidade são os materiais da construção civil. Cerca de 20% desse material ainda vai para o aterro sanitário e poderia ir 100% para usina de reciclagem. A professora continua, “Já os outros materiais têm diminuído nos aterros e tem ido para as destinações de reciclagem. Em torno de 70% já está sendo destinado para essa destinação mais importante, e aí a gente aumenta a vida útil do aterro e diminui a taxa de ocupação de espaço desse resíduo.”

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Créditos: Google

Confira a entrevista completa da professora:

Albert Gradvohl, colega de profissão de Adriana, também é otimista em relação à reciclagem no Estado, afirmando que o Ceará é um exemplo de sustentabilidade para o país. “Hoje no estado do ceará, e mais precisamente em Fortaleza, nós temos atingido um índice que, eu, sem dúvida nenhuma, acho que, senão o maior, é um dos maiores do Brasil, que é 9.19%. Ou seja, nós recuperamos 9.19% do potencial reciclável que existe no lixo domiciliar de Fortaleza”. 

Porém, o professor admite que o índice de reciclagem ainda é baixíssimo em relação aos outros países, principalmente os nórdicos. ”É o caso, por exemplo, da Suíça, da Suécia, eles chegam a uma média de 45/46%, e para se chegar lá, precisamos das políticas públicas”, completa.

Apesar de muitas pessoas trabalharem na informalidade, as vagas de trabalho crescem nas empresas especialistas no assunto. A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), por exemplo, tenta tornar os negócios mais competitivos para aumentar o fortalecimento dos projetos. Um fator que dificulta a sustentabilidade é a grande quantidade de lixões, que são ativos, principalmente, no interior do Estado. Essas áreas são os destinos de disposição final a céu aberto, do resíduo produzido sem uma separação consciente, sem qualquer planejamento ou medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

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Foto: Mariana Lopes

Apesar de ainda não ser rotina, o cuidado com o meio ambiente e os processos de reciclagem são, para muitos, algo relevante e uma das maiores preocupações atuais.

Projetos

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Foto: Mariana Lopes

Algumas das iniciativas de reciclagem no Estado são os Ecopontos e o Movimento Emaús, ambos trabalham no remanejamento dos descartáveis. Os ecopontos, iniciativa da Prefeitura de Fortaleza, são locais de descarte de lixo para a população deixar materiais que possam ser reciclados como móveis e estofados velhos, óleo de cozinha, papelão, plásticos, vidros e metais, nesses pontos a pessoa que entrega seu material pode ganhar descontos na sua conta de energia dependendo do peso.

O Movimento Emaús é uma organização não governamental sem fins lucrativos, que, segundo eles, são uma comunidade de acolhimento, sem distinção de sexo, raça, cor, credo religioso ou preferência política. O projeto tem o intuito de lutar contra os fatores da pobreza, através da educação e do fornecimento de renda para a comunidade. Assim, com seus projetos socioeducativos, o movimento cresceu bastante e foi ganhando espaço em Fortaleza e também em vários municípios do estado.

Hoje em dia, o Movimento está presente em quatro continentes, 36 países com mais de 300 grupos filiados em todo o planeta. O projeto foi fundado em Fortaleza no ano de 1992, na comunidade do Pirambu, que na época era reconhecida como uma das maiores favelas do Brasil.

As pequenas mobilizações sociais também realizam atividades que mobilizam pequenos grupos de pessoas em comunidades da capital cearense e em todo o estado, porém não possuem tanta visibilidade e recursos como os projetos dos governos e das ONG’S, essas pequenas ações sociais ainda não atingem o público desejável. Apesar de toda dificuldade que enfrentam por falta de recursos, seus voluntários se mantêm ativos em prol do meio ambiente, que atualmente é uma das maiores preocupações mundiais.

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Izaura Maria dos Santos, Coordenadora do RSU / Foto: Mariana Lopes

Confira agora a reportagem em vídeo sobre o Movimento Emaús:

Histórico

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Créditos: Google

Soluções para restos ou sobras são pensadas pela humanidade há muito tempo. Com o avanço da Revolução Industrial, entre os séculos 18 e 19, houve um aumento significativo na produção de lixo, causando graves impactos sanitários. No século XX, após a Segunda Guerra Mundial, o avanço econômico impulsionou o consumismo em muitos países, aumentando a produção de resíduos. Muitos desses itens demoravam para se desintegrar, o que poderia causar contaminações, doenças e muitos problemas ambientais. Com isso, surgiu a necessidade de se pensar em alternativas que não fossem simplesmente estocar todo esse lixo ou descartá-lo de forma irregular no meio ambiente.

Os primeiros sinais da reciclagem no país foram registrados em 1896, quando catadores de lixo recolhiam garrafas, folhas, vidros e outros materiais e levavam para as fábricas, onde esse lixo seria reutilizado. Já nos anos de 1970, com o surgimento de novas técnicas e com o avanço das tecnologias, o país obteve mais recursos e conquistou mais possibilidades. Indústrias já solicitaram o retorno do lixo para as fábricas, que utilizavam os resíduos durante a produção de determinados produtos e serviços.

A partir desse momento, o desenvolvimento dos processos de reciclagem serviram para dar uma maior visibilidade para a questão do meio ambiente e para conscientizar a população brasileira de como o descarte incorreto do lixo é nocivo para o ecossistema do país e do mundo.

Mesmo após a permanência da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que trazia como meta livrar o país dos lixões até agosto de 2014, o setor ainda apresenta alguns déficits, principalmente em relação à destinação final dos resíduos coletados, coleta seletiva e recuperação de materiais.

Dados do IBGE indicam que 22 mil dos brasileiros têm acesso aos programas municipais de coleta seletiva, menos de 18% da população. As estatísticas indicam que um em cada três lares do país separa o lixo biodegradável. Porém, a instituição indica que apenas 40% desse resíduo é coletado de forma seletiva quando chega à rua. O Brasil possui cerca de quatro mil lixões e apenas 30% a 40% do lixo coletado é depositado em aterros sanitários regulamentados.

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Menos de 18% da população têm acesso aos programas municipais de coleta seletiva.

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Foto: Mariana Lopes

Apesar da falta de estrutura, hoje é possível reciclar resíduos por meio de postos de entrega voluntária, da solicitação de serviço de coleta seletiva e por meio de serviços privados. Assim que os resíduos chegam as cooperativas, eles passam por uma triagem para serem levados às recicladoras e serem processados, dando vida a novas matérias primas e produtos. Porém, dados do portal do Governo Federal indicam que cerca 10% dos resíduos gerados nas cidades brasileiras são reciclados, o setor movimenta anualmente quase 12 bi de reais por ano, porém, mais de oito bi de reais por ano são perdidos por que muitos materiais não são reciclados, já que a maioria dos municípios brasileiros não possui serviços de reciclagem e muito menos de coleta seletiva.

Saiba Mais!

 Aprenda a descartar o lixo da forma correta:

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Produzido por:

Alesson Oliveira, Beatriz Menezes, Kamylle Santos, Letícia Monteiro e Mariana Lopes - Grupo 05

Turma CD - 2019.2

Ceará é exemplo de reciclagem no país

O estado do Ceará atingiu um dos maiores índices do Brasil no quesito reciclagem nos últimos anos.

 

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